corrida dois

hoje

03 de fevereiro

corri os dez quilômetros em cinquenta e oito minutos e um

fazendo um caminho diferente

que já fiz há tempos e quase nunca repeti

diz que assim é bom para o corpo

que rápido se acostuma 

aos caminhos, à frequência, ao esforço

e passa a fazer tudo 

como se não fosse nada

apesar da sensação latente nas pernas , nas costas

onde mais sinto o corre?

na panturrilha

próximo ao pescoço

mas é bom correr

é boa a sensação que fica depois do banho

hoje, logo na saída

na escadinha que desço para sair pra cidade

sei se cara com um sapo marrom

que não se mexeu

não se assustou 

ficou plantado no meio do caminho 

enquanto eu pulava pra trás 

soltando um berro se susto por quase 

ter pisado naquela matéria sapenta

aí, sim, ele resolveu se mexer

e saltou para o mato 

mas eu já havia mudado a rota pra evitar o desconforto

pensei 

o sapo

ou não me viu

ou não se amedrontou

ou se entregou

ou se revestiu com bravura

ou ficou imobilizado de susto

ou não se passou nada disso porque vá lá se entender a cabeça de um sapo 

numa noite de quinta

no início, uma garoa preguiçosa começou me molhando

depois choveu com mais vontade 

pensei no tanto de trabalho que ainda tenho hoje tenho que encarar

pensei em desistir quase no final

pensei em quem não consigo desamar e com quem gostaria de, sei lá, trepar

pensei que essa chuva poderia queimar meu celular , o fone de ouvido que comprei ontem enquanto tocava um mix feito a partir das músicas da liniker

tem música que não ajuda muito na corrida

acaba fazendo a gente escapar pra outras rotas.